segunda-feira, 5 de julho de 2021

Religação

 O fio da meada andava solto como nunca deveria ter estado. 

"Procastinare, humanum est", ecoavam seus pensamentos e sonhos; ao passo que procurava, à cada novo dia recomeçar. Religar-se aos aspectos mais puros de si mesmo e, assim, voltar a escrever.

Estava empolgado, enquanto falava de si mesmo tal qual um espectador onisciente pronto pra prever peripécias e mais peripécias do seu "eu onírico".

O mundo continuava nobre.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

O crime do descaso.

Pacientes com horário agendado não conseguem atendimento no Hospital do Câncer de Maringá

O ser humano, como um todo, é composto por sentimentos universais, tais quais o amor e a esperança.
Bem lá no fundo, somos todos uma singela criança que se quer feliz por intermédio de nossa esperança, e dever-se-ia considerar-se crime inafiançável o corromper da mesma.
A vida, ao longo de toda uma trajetória, é composta por diversos degraus e alguns paredões.
Caminhamos, e caminhar significa escalar alguns degraus, procurar algumas portas em certos paredões, e até mesmo derrubá-los, se necessário for, ou se a saúde permitir.
Frustante é perceber que, em um templo onde a esperança deveria prevalecer como uma porta escancarada em meio a um enorme paredão de dificuldades, começa-se a erguer, tijolo por tijolo, um criminoso obstáculo ao esperançoso anseio de um paciente; que, ironicamente tem sua paciência testada da forma mais humilhante possível.
Crime inafiançável
Só espero que a cidade de Maringá possua autoridades capazes de resolver esse assunto, e demonstrar ao menos um pouco de respeito com a vida humana...
Espero tanto, quanto eu esperava que esta notícia fosse apenas uma piada de mau gosto para testar a nossa indignação.
Só espero

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O admirável espetáculo das Luzes

Sobre as luzes que habitam nosso planeta há um inegável fato. 

Povoa a superfície terrestre um admirável número de lâmpadas humanas. 

Sua função: enobrecer e inspirar nossos espíritos. 

São mestres no que se dispõem a fazer. Inspiradores seres.

Algumas luzes se apagam de nossa existência para brilhar eternamente em nosso coração...
Brilhe em paz meu irmão.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Imensidão

Já fazia algum tempo que as conversas consigo mesmo haviam se tornado um tanto quanto frequentes. Indagações sobre a própria existência misturavam-se à universal questão do viver ou  não viver. Um misto de decepção e motivação convertiam-se num estranho combustível que motivava seus dias.
Sentia-se só, procurava-se a si mesmo, embora muitas vezes acreditasse já saber todo o propósito de sua vivência
Inquietante e explosiva
Essa era a definição que atribuía-se.
Encontrava-se e perdia-se com a mesma facilidade  que a mutabilidade dos dias lhe conferiam. Estaria mesmo só nesse mar de questionamentos tão sórdidos?
Deveria mesmo se matar e interromper todo esse caos?
Ou deveria dar oportunidade para a vida que se desenhava?
O fato, no fim das contas, é que havia aprendido que não há fórmulas para viver a vida, e a magia de tudo isso pode estar no próximo olhar, no  próximo sorriso e no próximo amanhecer.
Nunca se sabe o que pode acontecer.
E, por mais estranho que possa parecer, nessa imensidão de pensamentos, nunca estamos sozinhos.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

O Amor e a Inocência

Encontrou com ela depois de muitos e muitos anos. Uma bela e terna lembrança de um singelo amor de infância.
Amavam-se como qualquer casal de crianças de 9 anos de idade. Ele sempre deixava, todos os dias, uma bala com mensagens de amor. Sem contar os pequenos poemetos que começara a escrever inspirado naqueles lindos olhos azuis.
Era um instigante contraste que atraía muito a sua atenção, mesmo sem entender direito a razão de tanta atração.
Era um curioso tempo onde o amor e a inocência andavam de mãos dadas. Não havia valores, estigmas ou preconceitos que pudessem impedir aquela angelical troca de olhares. Procuravam-se mutuamente para dividir o lanche na hora do recreio, sentar juntos para fazer os trabalhos, ou apenas brincar no tempo livre dentro do colégio. Não sabiam, mas pertenciam a realidades diferentes, a mundos diferentes. Ele, negro, a família em dificuldades financeiras; Ela, branca, a família sem grandes problemas financeiros: carro do ano, lancheira da moda e um lindo estojo de canetinhas coloridas para a filha.
Seus pais não se conheciam, e jamais se conheceriam.
 O tempo os afastou e tratou de imprimir rumos à suas respectivas condições de vida. Não que isso se constituísse uma determinante.
Embora ele nunca mais a tivesse visto, continuou a se dedicar a seus poemetos e a ser muito elogiado nos colégios que passou pelas coisas que escrevia.
A condição social não o impediu de alcançar formação superior e tornar-se um professor. Mas ele nunca mais a viu. Até aquele dia, na rodoviária de sua cidade natal, quando se preparava para comprar as passagens para a cidade onde trabalha.
Reconheceu-a, surpreendentemente pelo olhar. Não tinha mudado muita coisa.
Não que ele tenha sentido aquelas borboletas no estômago vindas diretamente do ano de 1.997, não, não foi isso. Mas aquela singela sensação poética tomou conta de seu corpo. A infância, muitas vezes, traz boas lembranças.
Diferentemente daquela época, ela nem percebeu a presença dele, embora ele olhasse insistentemente, talvez até pensando em se aproximar. Mas algo o deteve, e aquela conversa nostálgica que os faria relembrar o passado, não aconteceu.
Parece que não, mas, às vezes, os valores e os estigmas que criamos para defender nossa vivência,
nos impedem de viver.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

A fuga da segurança


Eleitos para nos representar, eis a essência presente nos cargos políticos em geral. Quando não eleitos,  nomeados, mas ainda assim, representantes com aval concedido pelo maior homem de confiança do Estado.
Pois é, cargo de confiança sim! Uma vez que obteve o voto de confiança da maioria dos eleitores de seu colégio eleitoral.
Pelo menos a teoria é essa.
O grande problema é que essa teoria não se aplica no Estado do Paraná.
E há de se vigiar estes falsos deputados que agora surgem dizendo que "jamais fariam algo para prejudicar o servidor público".
Não fizeram porque tiveram medo da mobilização.
Não há sensibilidade, há conveniência.
Se estivessem agindo com retidão, justiça e comprometimento com o cargo que ocupam, não precisariam ser escoltados num veículo blindado.
Há de se prestar muita atenção neste governo que tenta nos convencer de sua governabilidade.
Num Estado onde o próprio secretário de segurança não se sente seguro entre a população que ele representa, algo, no mínimo, deve estar errado.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

O absurdo e a violência

“O que aconteceu foi uma manifestação absurda e violenta, que atenta contra a democracia, a liberdade de expressão e o estado de direito. Um grupo de baderneiros, infiltrado no movimento dos professores, impôs uma mordaça ao Poder Legislativo, impedindo temporariamente o seu funcionamento. É lamentável que a democracia, pela qual tanto lutamos, seja ameaçada por atos violentos como os que assistimos no dia de hoje” (http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2015/02/absurda-e-violenta-diz-richa-sobre-manifestacao-contra-pacotaco.html)



Assim pronunciou-se o (sic) legítimo representante do Povo Paranaense ao referir-se à greve dos Professores em nosso Estado.

Finge se esquecer o "querido governante" que o verdadeiro absurdo encontra-se na violência delegada em prol da retirada de direitos históricos do Funcionalismo Público Paranaense.

Aceitar de cabeça baixa que, no romper do dia, governador e deputados desprovidos de qualquer vergonha na cara realizem um verdadeiro "saque" aos nossos Servidores desqualificaria completamente o movimento em sua essência.

Mas, graças à conscientização política, que há muito acreditava estar esquecida, uma multidão de Herois paranaenses impediu a imposição de uma mordaça no Funcionalismo Público, impedindo temporariamente que o poder legislativo legitimasse de uma vez por todas a sua não representação do povo, coisa que há tempos muitos desconfiam.


Pois é, governador, embora estejas um tanto quanto equivocado em tuas declarações, uma coisa não se pode negar: realmente o absurdo e a violência rondaram as praças de Curitiba essa semana.